O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo (23) estar disposto deixar o governo de seu país em troca de um fim da guerra na Ucrânia.
Zelensky também condicionou uma eventual saída do cargo à entrada da Ucrânia na Otan, a aliança militar ocidental rival da Rússia. Disse ainda que está disposto a uma saída imediata do cargo e que "não planejo estar no poder por décadas".
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"Se for pela paz na Ucrânia e se realmente quiserem, que eu deixe meu cargo, estou pronto para isso. Em segundo lugar, posso trocar isso (a presidência) pela (entrada da Ucrânia na) Otan se houver essa oportunidade", disse Zelensky em entrevista coletiva à imprensa em Kiev. "Farei isso imediatamente. Não planejo estar no poder por décadas".
Esta foi a primeira vez que o presidente ucraniano, eleito em 2019, falou em deixar o cargo desde o início da guerra, que completará três anos na segunda-feira (leia mais abaixo).
A fala também acontece dias depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu novas eleições na Ucrânia e afirmou, sem apresentar números, que Zelensky enfrente crise de popularidade.
Zelensky não disse, na entrevista, se já comunicou essa possibilidade com Trump ou o governo russo, e também não explicou como funcionaria a troca — Moscou exige, para colocar fim à guerra, que Kiev abra mão dos territórios ocupados por tropas russas, o que o presidente ucraniano nega.
Na entrevista deste domingo, líder ucraniano disse ainda considerar a proposta de Trump por um acordo que permita os EUA explorarem mineirais em regiões ucranianas, mas sugeriu querer em troca tropas norte-americanas para lutar na guerra ao lado dos soldados ucranianos.
Apesar de enviar verba, aeronaves militares e equipamentos de guerra constantemente à Ucrânia, EUA e países europeus têm evitado o debate sobre o envio de tropas ao país de Zelensky. O presidente russo, Vladimir Putin, já disse que consideraria a presença de soldados dos EUA e da Europa na Ucrânia como uma declaração direta de guerra.
Após trocar farpas com Trump através das redes sociais, Zelensky também disse neste domingo que queria ver Trump como um parceiro da Ucrânia e mais do que um simples mediador entre Kiev e Moscou.
"Eu realmente quero que seja mais do que apenas mediação... isso não é o suficiente", disse ele em coletiva de imprensa em Kiev.
O governo de Trump iniciou na semana passada conversas com membros do governo russo para o fim da guerra. A aproximação entre Washington e Moscou surpreendeu e irritou a Ucrânia e a Europa, que prostetaram por terem sido deixados de fora das negociações.
Por conta disso, líderes europeus se reuniram para estudar uma resposta.