O novo levantamento baseado nos dados do IBGE, compilado pela página do Portal Oeiras em Foco, revela um retrato interessante — e em transformação — da fé no Vale do Canindé, região do sul do Piauí formada por 17 municípios. O catolicismo ainda reina absoluto na maioria das cidades, mas o avanço dos evangélicos e o crescimento de outras crenças e da não religiosidade mostram que a paisagem espiritual da região está mais diversa do que nunca.
A religião católica continua sendo a escolha predominante da população. Em cidades como Bela Vista do Piauí (93,44%), Cajazeiras do Piauí (92,46%) e Santa Cruz do Piauí (86,12%), os números confirmam a força dessa tradição secular.
Compartilhe no WhatsApp CLICANDO AQUI
Siga nosso Instagram clicando no link @oeirasemfoco
Siga no Fan Page clicando no link /oeirasemfoco
Siga no YouTube clicando no link Oeiras em Foco TV
Siga nosso Twitter clicando no link https://twitter.com/oeirasemfoco
Entretanto, a hegemonia católica já não é tão sólida em alguns municípios. Em Colônia do Piauí, por exemplo, apenas 79,05% se declaram católicos, um dos menores índices da região. Floresta do Piauí (77,72%) e Wall Ferraz (82,24%) também registram percentuais abaixo da média regional. Isso indica que, embora ainda dominante, o catolicismo está perdendo espaço em algumas localidades.
Evangélicos ganham terreno
O crescimento das igrejas evangélicas é o destaque da transformação religiosa no Vale do Canindé. Em Wall Ferraz, os evangélicos já representam 15,79% da população. O índice também é expressivo em Colônia do Piauí (13,73%), Simplício Mendes (13,10%) e Oeiras (12,79%).
Essa expansão pode ser explicada por uma combinação de fatores: atuação social das igrejas evangélicas, linguagem mais acessível, maior presença nas mídias locais e estratégias de acolhimento. Em alguns municípios, o crescimento chega a quase igualar o declínio do catolicismo, revelando uma migração religiosa em curso.
Diversidade e pluralidade religiosa
Apesar de em percentuais ainda tímidos, outras religiões também aparecem no mapa. O espiritismo está presente, por exemplo, em Oeiras (0,28%) e Santa Cruz do Piauí (0,23%). As religiões de matriz africana, embora quase invisíveis nos números (máximo de 0,07% em Cajazeiras do Piauí), indicam que existe uma diversidade espiritual que resiste, mesmo em territórios conservadores.
Cresce também a presença de crenças classificadas como “outras”, que incluem religiões orientais, práticas esotéricas ou crenças personalizadas, com destaque para Colônia do Piauí, onde esse grupo representa 4,67%, e Tanque do Piauí (2,21%).
O avanço do não pertencimento
Um dos dados mais reveladores é o aumento da população que se declara sem religião, ateia ou indeclara crença. Isaías Coelho lidera esse índice com 6,77%, seguido de Oeiras (4,92%) e Simplício Mendes (4,82%).
Esses percentuais mostram que, embora pequenos em comparação ao total, há uma tendência crescente de pessoas que optam por não se identificar com nenhuma religião. Essa mudança pode estar ligada à urbanização, ao acesso à informação e ao surgimento de uma geração mais questionadora, que valoriza a liberdade de crença ou a ausência dela.