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Brasil se alinha a ditaduras ao condenar ataque dos EUA ao Irã

A manifestação, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nesse domingo (22).

Pablo Carvalho
Por: Pablo Carvalho Fonte: Redação Oeiras em Foco
23/06/2025 às 07h23 Atualizada em 23/06/2025 às 07h25
Brasil se alinha a ditaduras ao condenar ataque dos EUA ao Irã

O Governo Lula classificou como “violação da soberania” e do direito internacional os ataques dos Estados Unidos contra três instalações nucleares no Irã. A manifestação, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores nesse domingo (22), gerou fortes críticas da oposição.

Os bombardeios ocorreram após a “Operação Leão Ascendente”, lançada por Israel no dia 13 sob a justificativa de que o Irã estaria próximo de obter uma arma nuclear. No sábado (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou os ataques às usinas de Fordow, Natanz e Esfahan.

Aliado de Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu publicando fotos ao lado do ex-mandatário americano e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com a legenda: “Dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”.

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Da oposição, parlamentares também se manifestaram. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que “bandidos e ditadores só entendem a linguagem da força”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou críticas feitas pelo apresentador Ratinho, que afirmou que o governo deveria “cuidar dos problemas do Brasil, em vez de se meter em guerras internacionais”.

Outros parlamentares, como Carlos Viana (Podemos-MG) e Sergio Moro (União-PR), defenderam uma diplomacia mais alinhada ao Ocidente. Viana declarou que apoiar Israel é defender a democracia, enquanto Moro avaliou que o Brasil está “despreparado e desorientado” na política externa.

O deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS) celebrou a ofensiva norte-americana: “Que bênção ter Trump como presidente dos EUA”, declarou.

Essa não foi a primeira vez que o governo Lula se posicionou contra ações militares no Oriente Médio. Após os primeiros bombardeios de Israel, no início do mês, o Itamaraty já havia condenado o ataque, citando “violação à soberania iraniana”.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, Lula tem adotado uma postura crítica a Israel, chegando a acusar o país de “genocídio” na Faixa de Gaza. A declaração rendeu a ele o status de “persona non grata” em Israel após comparar a ofensiva israelense ao Holocausto.

Durante a cúpula do G7, Lula voltou a criticar Israel, alertando que os ataques ao Irã poderiam transformar o Oriente Médio em um “único campo de batalha”.

Alinhamento internacional gera críticas

Lula também foi alvo de críticas pela participação na comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, em Moscou, onde se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, e outros líderes de regimes autoritários, como os de Cuba e Venezuela.

O presidente defendeu sua viagem, alegando que busca fortalecer o multilateralismo e construir pontes para a paz. Ele tentou, inclusive, mediar negociações de cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas sem sucesso.

Em declarações recentes, Lula indicou que vê como improvável a retomada total dos territórios ucranianos e defendeu uma solução diplomática, ainda que isso implique reconhecer perdas territoriais.

Censura e redes sociais

Outro ponto de desgaste é a discussão sobre regulação das redes sociais. Lula pediu ao presidente chinês, Xi Jinping, que indique um representante “de confiança” para colaborar na formulação de políticas de regulação no Brasil — medida que também gerou críticas, dado o controle rígido que o governo chinês exerce sobre a internet no país.

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